quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Tecnologia em Favor da Educação

Autor: Mateus Gianni Fonseca
Data: 08/07/2008




ONTEM, HOJE E AMANHÃ
 O ensino vem sofrendo modificações em todos os aspectos, a todo instante. Seu currículo deve adaptar-se à realidade vivida e, muitas vezes, um professor deve empenhar-se em tornar sua matéria um pouco mais independente, a fim de alcançar certos objetivos (na maioria dos casos, preparar o aluno para o vestibular ou algo parecido).
A interação do indivíduo com a tecnologia tem transformado profundamente o mundo e o próprio indivíduo (SANCHO,1998,30). De fato, ao analisarmos as formas educacionais de alguns anos atrás, vê-se que alguns tópicos são bem diferentes. A educação segue uma evolução que vem desde a época das palmatórias até os dias de hoje, onde encontramos um ensino vinculado a programas de computador e meios eletrônicos. Existe uma grande mudança de hábitos.
A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA EDUCAÇÃO
 Tempos atrás, a educação era extremamente dependente dos livros.  Acredito que esta dependência continuará  a existir, porém, sabe-se que os meios de pesquisa estão cada vez mais amplos, graças ao auxílio de equipamentos eletrônicos e informatizados.
Os meios de comunicação libertaram as pessoas de um mundo que se limitava, até então, a apenas ver ou ouvir. Atualmente, permitem que tenhamos acesso a fontes de pesquisa internacionais dentro de nossas próprias casas, auxiliando aqueles que tinham dificuldades para adquirir vários livros, por exemplo. 
Logicamente, a internet não substitui a maneira tradicional de pesquisa. Através dos livros, a busca por determinado conteúdo requer certos conhecimentos sobre técnicas de pesquisa, leitura, resumo, etc. Além disso, o método é mais apurado. Hoje em dia, é possível encontrar na internet trabalhos prontos que, de fato, não forçam o aluno sequer à leitura do mesmo, quem dirá à análise detalhada.
A inovação digital possibilitou a ascensão não apenas  das fontes de pesquisa, mas também das ferramentas que auxiliam no ensino-aprendizado. Através de softwares, por exemplo, muitas vezes torna-se possível fazer com que o aluno entenda melhor determinado assunto, de maneira menos complicada. Porém, é importante que os professores não se disfaçam do tradicional quadro-negro, pois certos ensinamentos necessitam dele.  Os softwares servem para auxiliar a fixação dos conteúdos, a editoração de gráficos e  desenhos geométricos. É bom ressaltar que, ao falarmos sobre tecnologia, não somente estamos tratando de informática, mas também sobre equipamentos audiovisuais, como projetores, vídeos etc.
A evolução que estamos presenciando faz com que as pessoas criem uma cultura tecnológica. Podemos notar que a tecnologia gera novos avanços ou instrumentos não para dar respostas às necessidades das pessoas, mas o processo costuma ser inverso (SANCHO,1998,238), ou seja, temos que dominar esses conhecimentos, justamente para sermos capazes de responder aos sistemas tecnológicos.

TECNOLOGIA Vs. ENSINO TRADICIONAL

 Como nada muda da água para o vinho (a não ser por milagre), não é tarefa fácil mudar uma padrão que exige comprovação científica, como o ensino. Aqueles que são adeptos ao ensino tradicional, geralmente resistem ao "novo". E isso causa dificuldades na propagação de novas metodologias.
Esta tecnologia que vem crescendo a cada dia, traz junto com as possibilidades de um maior conhecimento, uma certa insegurança para os profissionais de ensino;  para o professor, sair da zona de conforto e entrar na zona de risco é pagar um preço muito alto pela tecnologia (GAUDIO,2005,1). Assim, o o professor teme a nova experiência, por de repente não conseguir mostrar o total domínio da matéria, como antes o tinha. Tempos atrás, somente com o auxílio dos livros, o professor conseguia pesquisar e dar sua aula de forma que dominasse completamente o conteúdo. Hoje, o professor teme que não consiga operar corretamente o sistema, ou que cause algum erro operacional, passando a ser visto pelos alunos como um profissional não capacitado.
O novo perfil do professor será dado a partir do momento em que ele assumir e utilizar formas mais inovadoras para  suas aulas. Deixará aquele papel tradicional para ser um professor pesquisador, reflexivo, orientador, com um planejamento que constantemente estará sendo retificado. Isso comprova a tese de que o conceito de profissional integra uma série de capacidades e habilidades especializadas, que lhe permitem ser competente na sua área de trabalho (SANCHO, 1998,66). 
Se, teoricamente, utilizando todos os recursos disponíveis, seria possível tornar a educação mais eficaz, por que os professores não são obrigados a usá-los? Essa é uma pergunta que faz sentido, porém, sua resposta não é tão lógica. Sabe-se que o Estado não pode influenciar na metodologia de ensino de cada professor e, na verdade, mesmo que todos dominassem as técnicas necessárias, muitos achariam que os sistemas informatizados trariam uma relação não muito humanizada entre eles  e os alunos. 
O domínio do técnico e do pedagógico não deve acontecer de modo estanque, um separado do outro (VALENTE, 2005, 20). Assim, não adianta dominar uma área da tecnologia sem ter-se a pedagogia de um professor ou vice-versa. Esses conhecimentos devem ser adquiridos, se possível, igualmente.
 
A TECNOLOGIA E A MATEMÁTICA

 A matemática é uma disciplina exata e, por lidar com tantos cálculos, torna-se muito temida por seus espectadores. No entanto, isso acontece porque o aluno de ensino médio, por exemplo, preocupa-se muito em "decorar" fórmulas e cálculos. A idéia de aulas mais dinâmicas, participativas, que exercitem o ensinamento empírico do aluno, torna-se a nova metodologia, a qual poderá oferecer maior preparação ao aluno, uma vez que utiliza ensinamentos de auto-aprendizado, conceitos, teorias, teoremas e deduções lógicas.
A partir do novo método, o estudante não somente decora que um mais um é igual a dois (1+1=2), mas conclui este resultado, pois sabe que em se tratando de uma soma entre um elemento (1) e outro (1), existe a união dos mesmos, ou seja, dois (2). Além disso, o estudo da matemática não será composto unicamente por cálculos, mas sim por análises, provas e conclusões, tendo o aluno a capacidade pensante de um matemático.
 Atualmente, estamos repletos de equipamentos e meios que nos propiciam inovações. Na matemática, isso não acontece de forma diferente. Existem inúmeros softwares que auxiliam na editoração de fórmulas, no desenho gráfico, geométrico, etc. Os meios mais conhecidos, já suficientes para alcançar avanços no que diz respeito ao ensino, são: retroprojetor, DVDs, CDs audiovisuais, informática.
Através do retroprojetor, tem-se a possibilidade de realizar aulas demonstrativas. Vale lembrar que este equipamento foi criado com o objetivo de ensinar e, para tal, é de grande utilidade. Outra alternativa é a utilização de métodos audiovisuais. CDs e DVDs permitem apresentar dinâmicas do ramo geométrico que fazem parte do dia-a-dia. Através da apresentação de filmes, entrevistas e documentários, consegue-se um resultado muito positivo em relação à atenção dos alunos.
Além da disposição das fontes alternativas de pesquisa já descritas, temos o auxílio da informática; com o crescente ramo de programação, vários softwares possibilitarão aprender, ensinar e trabalhar com a matemática. A informática e as comunicações dominarão a tecnologia educativa do futuro (D´AMBRÓSIO, 2002, 80).
Através do computador, possuímos inúmeras possibilidades de aplicações voltadas para o ensino. O desenvolvimento da programação é muito significativo, uma vez que oportuniza a criação de softwares educativos. Poderíamos definir "software educativo" como um conjunto de recursos informáticos, projetados com a intenção de serem usados num contexto de ensino e de aprendizagem, de demonstração, simulação e exercício, permitindo ao aluno a concretização do conteúdo em estudo (SANCHO,1998,169).
Atualmente, tem-se inúmeros tipos de aplicativos, uma vez que existe a busca pela automatização. Assim, sabe-se que os programas existentes dão conta desde chamadas de classe, até  cálculos envolvendo integrais e derivadas. Dentro deste contexto, é possível encontrarmos softwares desenvolvidos inclusive para orçamentos domésticos.
Um software muito popular entre os profissionais de ensino da matemática chama-se Cabri Geometre, o qual permite o desenho geométrico e a análise, disponibilizando muitos  recursos. A versão encontra-se em língua portuguesa, o que facilita a compreensão necessária para operá-lo. O programa disponibiliza ao usuário uma interface gráfica com um sistema de ações pré-definidas, na qual o operador consegue realizar os desenhos necessários, podendo o próprio aluno corrigir seus exercícios manuais, verificando os valores de medidas, ângulos, etc.
A matemática é, sem dúvida, uma das matérias mais temidas pelos alunos em geral. Assim, quanto maiores os recursos e meios utilizados em aula, maior será o aproveitamento da matéria.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SANCHO, Juana M. Para uma tecnologia educacional. Ed. Artmed. Porto Alegre: 1998.
D´AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação matemática: da teoria à prática. Ed. Papirus, 9º edição. Campinas, 2002.
VALENTE, José Armando. O salto para o futuro. Cadernos da TV-escola. Sede MEC, Brasília, 2005.
GAUDIO, Eduardo Viana. O uso de multimeios digitais como o suporte metodológico no processo didático da educação matemática. Disponível em: http://www.somatematica.com.br/.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Pedagogos, Grandes Professores, Profissionais ou Meros Transmissores de Informações?

Autor: Ingrid da Silva Isidoro
Data: 14/12/2010
Alguns jovens de classe média quando estão no final do ensino médio ainda não sabem qual curso irão realizar e decidem em ingressar no mercado de trabalho, para que possam tornar-se independentes antes do tempo e acabam deixando a graduação para segundo plano de suas vidas.
No século passado homens, mulheres e jovens conseguiam facilmente ingressar no mercado de trabalho apenas com ensino fundamental, mas atualmente as empresas vêm exigindo dos seus funcionários cada vez mais qualificações, especializações e graduações para atuar na sociedade contemporânea. Logo, esses funcionários retornam para o sistema educacional e procuram cursos com menos tempo de duração, com parcelas que caibam no seu orçamento e faculdades próximos ao seu trabalho, não verificando a qualidade de ensino e nem autencidade do curso, pois,  muitos querem apenas o diploma e não exercem a função e quando exercem não estão preparados para lidar com dilemas e dificuldades.
Dessa forma, verificou-se que a maioria dos indivíduos escolhe o curso de Pedagogia por motivos citados acima e por a graduação abranger não só o foco educacional, mas sim, o empresarial e também o hospitalar.
Considerando estes preceitos pode-se destacar que o educador no sistema educacional poderá atuar em sala de aula, na administração escolar, na supervisão educacional e orientação vocacional (a partir de 2008 para atuar nessas três áreas específicas não basta apenas ter graduação e será necessário  especialização na área); No sistema empresarial poderá atuar no setor de RH (Recursos Humanos), gestão de pessoas e recrutamento de funcionários com dinâmicas e provas e; No sistema hospitalar atuará através de atendimento educacional aos educandos impossibilitados de frequentar a escola.
Em meio há tantas possibilidades de atuação do pedagogo em varias áreas e setores ainda encontramos grandes pedagogos despreparados para atuar em sala de aula ou administrar uma escola, e um dos motivos são: o professor estar professor e não ser educador, estar acomodado à rotina, não estar capacitado para ministrar aulas e trabalhar com turmas heterogêneas, receber salários incompatíveis com seu trabalho e saírem da sua formação direta para atuar como diretor escolar, no sistema público ou privado enfrentando uma política educacional engessada e dominante, onde os novos profissionais devem adequar-se a essa política ou perdem o emprego.
Apesar de todas as dificuldades encontradas, os educadores têm por função tornar os educandos cidadãos democráticos e defensores dos seus ideais, acredita-se que através da educação construam-se mudanças no sistema escolar e obtenham um novo olhar para educação. O Manifesto dos Pioneiros, movimento intelectual surgido em 190-1971 pelo educador Anísio Teixeira trata da educação nova, ajustando-a finalidade e ideais que deverão ser realizados para prosseguir com uma educação que cresce na criança de dentro para fora, traga sua realidade para dentro de sala de aula, transforme a escola em um ambiente dinâmico e agradável, estimule o aluno como formador de opinião e os prepare para atuar em uma sociedade capitalista e democrática.
Rodrigues (2003) a firma que, para realizar uma educação necessária que atenda as necessidades da sociedade do conhecimento, será necessário uma escola democrática com uma educação libertária, levando-os a aprender através da diversidade cultural, onde o professor seja o mediador no ensino?aprendizagem e a troca de informação entre ambos possam ocorrer através do diálogo e de forma vertical.
Dessa forma, os conteúdos e programas educacionais deverão ser reformulados pra que sejam enquadrados em uma educação transformadora, onde a tecnologia passou a fazer parte do mundo virtual do aluno, mas os professores não estão preparados e nem qualificados através da sua graduação á trazer inovação tecnológica para dentro de sala de aula ou até mesmo não possuem recurso para ministrar aulas diversificadas que trabalhem alguns temas transversais.
Acúrio (2004) diz que "a tradição que não é renovada morre por si mesma" (p.13).
Percebe-se em linhas gerais, que é necessário transcender o currículo antigo, mas trazendo sempre uma essência inovadora que venha despertar interesse dos educandos em estar dentro de sala de aula, sabemos que, o novo assusta e ás vezes causa resistência em alguns sistemas educacionais, tradicionais, para isso a escola deverá obter uma equipe centrada e qualificada para que a interdisciplinaridade possa fazer parte das disciplinas obrigatórias do currículo.
O objetivo maior de reformular o currículo, não é acabar com uma tradição que perpetua há vários anos, mas evidenciar as lacunas que foram encontradas nesse método e tentar saná-las de forma que possam atender a necessidade real dos indivíduos.
Porém, a maioria dos educandos reclama que aprendem conteúdos que não usarão no futuro ou até mesmo no seu dia a dia, para isso os professores, diretores e coordenadores precisam analisar que a realidade educacional Brasileira é outra e os alunos estão mais conhecedores dos seus direitos e deveres. Mesmo os sistemas educacionais sofrendo com os "abortos" financeiros e com profissionais desqualificados para educar na realidade contemporânea.
No entanto, a equipe pedagógica e administrativa precisa diagnosticar todos os problemas para que sejam sanadas todas as lacunas, fazer com que todos trabalhem com o mesmo objetivo, transmitir educação de qualidade e utilize recursos disponíveis no âmbito escolar para estimular a atenção do aluno para dentro de sala de aula e motive o educador na sua formação continuada para que possam melhorar seu desempenho em todo processo educacional fazer da escola um mecanismo de conhecimento satisfatório ao educando ensinado-os a aprender a ser, a viver e a conhecer.
Sabemos que o eixo da educação começa no cerne familiar e no convívio com amigos e parentes, contudo as crianças passam a maior parte do tempo na escola, onde o professor passa ser mãe, pai, tia, ensinam a andar, desfraldam e até mesmo são os primeiros a conhecer os seus sonhos e vontades. A postura do professor ainda é o espelho para integração do aluno na sociedade e por isso precisa ser mais valorizada, condicionados a trabalhar de forma clara e objetiva integrando as redes de comunicação aos seus conteúdos, trabalhar junto com a família e se capacitar sempre que possível mesmo sabendo que a carga horária de trabalho e árdua precisam honrar com a nossa profissão, pois, somos grandes professores mesmo com dificuldades, nos tornando com o passar do tempo grande profissionais na educação, no empresarial e hospitalar.
BIBLIOGRAFIA

ACÚRIO.L.D.
DEMO, Pedro. Educação de Qualidade, 11ª edição; São Paulo; ed. Papirus; 2007.
LIBÂNEO.C.J. Organização e Gestão da Escola -  Teoria e prática, 5ª edição ? revista e ampliada; Goiana; ed. MF livros; 2008.
LÜCK. Heloísa. Liderança em Gestão Escolar, 2ª edição; Petrópolis; ed. Vozes; 2008.
RODRIGUES.N. Da mistificação da escola à necessária, 3ª edição; São Paulo; ed. Cortez, 2003.
Gestão democrática na Escola, 14ª edição; São Paulo; ed. Papirus; 2007.