domingo, 30 de janeiro de 2011

Função do coordenador pedagogico

Autores - Lúcia Morais,Maristella Araújo,Mauri Moreira, Rafael Ribeiro, Thalitta Barreto e Wagner Brito.

Muitos são os cargos e atribuições distribuídos entre aqueles que atuam no seio escolar, seja direta ou indiretamente ao processo de ensino/aprendizagem. Entre todos eles, existe um que nos dias atuais se apresenta com certa dificuldade de entendimento quanto ao seu verdadeiro papel. E por conta disto nos indagamos: qual é o verdadeiro papel do Coordenador Pedagógico?
Alguns poderiam dizer que o Coordenador é aquele que diz aos professores o que têm que ensinar, como devem ensinar; é aquele que é responsável pelo sucesso ou insucesso do ano letivo na escola onde atua. Essas e outras funções são atribuídas ao Coordenador Pedagógico, mas na verdade pouco se sabe qual é o sua verdadeiao função dentro da escola como um todo.
Por não saber como atuar de forma sistemática dentro da escola, determinadas vezes, o Coordenador Pedagógico é rotulado a partir de algumas funções que ocupa no âmbito escolar, dentre elas:

[...] a de bom-bril (mil e uma utilidades), a de bombeiro (o responsável por apagar o fogos dos conflitos docentes e discentes), a de salvador da escola (o profissional que tem de responder pelo desempenho de professores na prática cotidiana e do aproveitamento dos alunos). (LIMA, SANTOS, 2007, p.79)

Além dessas e outras rotulações, a comunidade escolar tem sobre o Coordenador, a visão de que esse profissional a figura que se faz presente na escola para gerenciá-la, o que atende os pais, apazigua as brigas e conflitos entre os alunos, é responsável pelas emergências que ocorrem na escola e deve resolver tudo.
O Coordenador Pedagógico não possui com clareza o entendimento de suas atribuições dentro da escola e realiza o seu trabalho de forma que passa assumir uma postura que não é condizente com o seu verdadeiro papel. Como afirma Bartman (apud Lima, Santos, 2007, p.81):

[...] o coordenador não sabe quem é e que função deve cumprir na escola. Não sabe que objetivos persegue. Não tem claro quem é o seu grupo de professores e quais as suas necessidades. Não tem consciência do seu papel de orientador e diretivo. Sabe elogiar, mas não tem coragem de criticar. Ou só critica, e não instrumentaliza. Ou só cobra, mas não orienta.

Não ter claro o seu papel dentro da escola, ou até o sabendo bem, o Coordenador Pedagógico se vê obrigado a realizar atividades que não são de sua alçada, mas que, por questões de imposição ou das circunstâncias, acaba tendo que acompanhar o ritmo da escola.
Em contrapartida, vemos que alguns órgãos dos governos têm se preocupado em sistematizar e informar àqueles interessados, as atribuições do Coordenador Pedagógico. Como podemos verificar, a partir de uma ação perpetrada pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Salvador na Bahia, através da Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico, quando apresenta à comunidade o documento intitulado: Coordenador Pedagógico: Traçando Caminhos para sua prática Educativa, onde junta orientações e informações pertinentes e facilitadoras da prática a ser desenvolvida pelos profissionais da educação que atuam na Rede Municipal de Ensino da cidade supracitada.
Neste documento fica explicitado de forma detalhada quais são as atribuições da Coordenação Pedagógica, bem como o papel que o Coordenador Pedagógico deve exercer no âmbito escolar do município de Salvador.
A partir deste documento podemos afirmar que:
·         O Coordenador Pedagógico é aquele que deve organizar as atividades pedagógicas a serem desenvolvidas pela escola;
·         Deve ser uma pessoa criativa, estudiosa, organizada, leitora e ouvinte, aberta aos conhecimentos e às inovações;
·         Deve estar atento aos aspectos das relações interpessoais inerentes à convivência humana;
·         Deve executar, no âmbito do sistema de ensino, organização, acompanhamento e avaliação das atividades pedagógicas, bem como participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;
·         A ação educativa deve ser planejada com todos os participantes da Unidade Escolar, sendo o Coordenador Pedagógico um dos elementos de ligação fundamental, através de formas interativas de trabalho, em momentos de estudo, proposições, reflexões e ações;
·         É do Coordenador Pedagógico a responsabilidade pela formação continuada dos profissionais da escola;

Sabendo que o Coordenador Pedagógico tem todas essas funções, e verificando a situação atual de desnorteamento enfrentado pelos nossos Coordenadores Pedagógicos, nos indagamos qual papel a Figura do Coordenador Pedagógico está desempenhando nos dias atuais na escola pública do município de Itapetinga?
Tentando responder a este questionamento, nos dispomos a realizar uma pesquisa entrevistando a Diretora e a Coordenadora Pedagógica de uma escola do município de Itapetinga-Ba que oferece Educação Infantil como modalidade de ensino  .
Ao iniciarmos a pesquisa certificamos o obvio quanto à formação, que para exercer o cargo de coordenador, preferencialmente teve ter o curso de pedagogia ou licenciatura plena em outra área com especialização na area de coordenação ou supervisão escolar com este perfil conversamos com a (CP) Coordenadora Pedagógica X, com formação acadêmica em Pedagogia – especialista em Nero psicologia e pós- graduada em Educação Infantil. Atua como professora há dez anos e na função de coordenadora há dois anos, ao ser indagada sobre a sua função e papel que exerce como CP na escola, ela relata que auxilia o professor no planejamento, direção de estudos, preparação de projetos e elaboração de documentos vitais para o funcionamento da escola como Projeto Político Pedagógico (PPP), Plano de Desenvolvimento Escolar (PDE), Regimento Interno, acompanhamento e orientações pedagógicas ao educando e auxilio ao Gestor.
Prosseguindo o diálogo, perguntamos à profissional se no seu exercício cotidiano abre mão de suas funções legitimas para atender outras necessidades da unidade escolar, precisamente responde que por conta do acúmulo de atividade, se faz necessário ajudar na documentação de secretaria.
Quanto à relação entre professores e equipe de gestão, a CP considera satisfatória, de modo geral um ótimo relacionamento. No que se refere ao Horário de Trabalho do Coordenador pedagógico ao ser argüida, externa que são realizados quatro encontros mensais, que avalia como insuficiente para estudos e laboração de projetos.
Acompanhar o planejamento é mais uma das atribuições do CP, a entrevistada atendendo a nossa curiosidade em relação ao acompanhamento no planejamento e aceitação da intervenção do coordenador pelos professores em suas atividades, ela nos deixa ciente que realiza acompanhamento semanal no planejamento, percebe resistência pela mudança de paradigma, mas, os professores aceitam e procuram a intervenção do coordenador. Afirma também que quando solicitada trabalha individualmente com o professor e realiza por meio de acompanhamento individual com avaliação por aluno, sugestões de atividades e encaminhamentos a outros profissionais como psicólogo, oftalmologistas, fonoaudiólogos dentre outros.
Sabendo que o Coordenador tem a prática e o olhar de docente como referência, ficamos instigados em saber se a educadora proporciona aprofundamentos teóricos para subsidiar o exercício pedagógico.  Categoricamente a resposta positiva, proporcionados através de estudos coletivos de leis, documentos e diretrizes que direcionam o trabalho pedagógico.
            Relembrando leituras anteriores podemos dizer que o coordenador é o profissional que pode propor, coordenar e mediar a tarefa a ser assumida por todos do grupo de desenvolver processos que viabilizem a construção da autoridade e da formação de valores como respeito, responsabilidade, autonomia, equidade e outros. Pensando nisso, pedimos a profissional que discorresse sobre o seu papel de autoridade na formação de valores dos alunos da unidade escolar que atua.  Ela alega que os valores são ensinados na sala de aula subsidiados por projetos e assim não enfrentamos transtornos em relação a condutas inadequadas.
            Assim, continuando a entrevista procuramos saber se os atores da escola percebiam a sua autoridade pelo cargo ocupado ou pela pratica apresentada, e qual o maior desafio enfrentado na escola lotada? Sem cerimônia ela diz acreditar que exerce autonomia pela pratica, pois na escola há uma relação de respeito mútuo e s é muito bem aceita e sempre requisitada para intervenção. Quanto ao desafio, encara a cultura da escolarização precoce na educação infantil. Tanto pais como professore têm um conceito pré-estabelecido quanto à formação conteudista. Todos são orientados a trabalhar com temas diversificados, fazem, mas não se sentem seguros.
            A título de complementar e enriquecer a pesquisa fida retratada aqui a visão da diretora “Y”, da escola “Z” no tocante ao andamento do trabalho do coordenador pedagógico durante o ano de 2010.
            A referida diretora expõe que o trabalho vem crescendo, pois a coordenadora é muito comprometida, disponível e tem quebrado barreiras apesar da resistência dos professores em mudar a prática para atender alunos com expectativas diferentes de outrora.
            Ainda com a gestora da escola, perguntamos como avalia as reuniões pedagógicas auxiliadas pelo coordenador. Apesar de está atuando a pouco tempo como coordenadora ela faz das reuniões momento para avaliar, auto avaliar, estudar propor e construir ações para melhoria do ensino aprendizagem.
            Por fim, a gestora de educação afirma que a escola de modo geral só ganhou com a presença da CP, pois, o crescimento dos professores apesar do receio de tentar ações novas, já mudaram muito, arriscam mais e se o resultado não satisfizer o objetivo às vezes com muita raridade ainda culpa a coordenadora, mas a freqüência e tentar de novo com uma nova roupagem.
Para concluir fica perceptível que o coordenador está envolvido numa atuação grupal, pois atende tanto professores, alunos, como todos os setores de uma escola.  Por ser grupal, seu trabalho exige o exercício constante do pensar, do descobrir e do saber o modo de avançar nas ações.



REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

LIMA, Paulo Gomes; SANTOS, Sandra Mendes dos. O COORDENADOR PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS: Disponível: http://www.ufgd.edu.br/faed/nefope/publicacoes/o-coordenador-pedagogico-na-educacao-basica-desafios-e-perspectivas . Acesso: 18/10/2010


PILETTI, N. Estrutura e funcionamento do ensino fundamental. São Paulo: Ática,1998.


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